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Varicela (popularmente, catapora) é uma infecção viral altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-zoster (VVZ). Acomete principalmente crianças, porém pode ocorrer em adultos — quando, em geral, é mais sintomática. O quadro clássico reúne febre, mal-estar e uma erupção pruriginosa com bolhinhas que evoluem para crostas em vários estágios ao mesmo tempo (sinal típico da doença).

A transmissão acontece por gotículas respiratórias e contato com o líquido das vesículas; além disso, objetos e superfícies contaminadas podem participar da cadeia de contágio. Embora a maioria dos casos seja leve, gestantes, recém-nascidos e pessoas imunossuprimidas requerem atenção especial. Importante: existe vacina e ela reduz formas graves e complicações.

Neste guia você confere o que é a varicela, como reconhecer a evolução das lesões, como cuidar em casa, quando procurar avaliação e quando retornar à escola. Além disso, veremos mitos e verdades comuns e dicas práticas para aliviar a coceira e evitar marcas.

Varicela (catapora) — Dra. Caru Moreno

O que é varicela

É uma virose causada pelo VVZ, com exantema em diferentes estágios (mácula → pápula → vesícula “gota de orvalho” → crosta). Ocorre ao longo de 7–10 dias, geralmente com evolução favorável e autolimitada.

Varicela: Sinais e sintomas

Febre, mal-estar, coceira intensa e lesões que começam no tronco e se espalham para face e membros. É comum coexistirem lesões novas e antigas no mesmo momento.

Varicela: Quando procurar avaliação

Febre persistente > 72 h, dor intensa ou recusa de líquidos, infecção das lesões (vermelhidão intensa, pus), falta de ar, vômitos repetidos, sonolência excessiva, sinais neurológicos, gestantes e imunossuprimidos.

Unhas curtas

Mantenha as unhas aparadas e, se possível, use luvas finas à noite; assim, você reduz arranhões e marcas posteriores.

Banho morno e suave

Banhos mornos e rápidos aliviam a coceira; portanto, prefira sabonete suave e seque a pele sem friccionar.

Roupas leves

Use algodão e tecidos soltos; desse modo, diminui atrito e calor, fatores que pioram o prurido.

Hidratação e alimentação

Ofereça líquidos com frequência e alimentos fáceis de engolir; além disso, prefira opções frias se houver lesões orais.

Nada de coçar

Coçar rompe vesículas e facilita infecção; portanto, use compressas frias e antipruriginosos conforme orientação médica.

Atenção à febre

Evite AAS (aspirina) em crianças. Antitérmico só com orientação; em caso de dúvida, fale com o pediatra.

Higiene das mãos

Lave as mãos antes e depois de tocar as lesões; assim, você previne autoinoculação e contágio de terceiros.

Isolamento responsável

Mantenha a criança em casa até todas as lesões estarem em crosta e sem febre por 24 h; combine retorno com a escola.

Higienize superfícies

Priorize pontos de alto toque (maçanetas, celulares). Lave com água e sabão e desinfete conforme rotina da casa.

Fotos ajudam

Registre evolução diária das lesões (manhã/noite); assim, o médico acompanha resposta e orienta conduta.

Varicela: evolução típica e variações clínicas

Pródromos

Febre, mal-estar, dor de garganta e, às vezes, perda de apetite antecedem o rash por 24–48 h; em seguida, surgem as primeiras lesões.

Rash polimórfico

Máculas e pápulas que viram vesículas (“gota de orvalho”), depois pústulas e crostas; costumam coexistir estágios diferentes.

Distribuição

Predomínio em tronco e face, com extensão para membros e couro cabeludo; a coceira é frequente e pode ser intensa.

Complicações

Infecção bacteriana secundária das lesões, pneumonia e cerebelite são raras, porém possíveis; atenção em gestantes e imunossuprimidos.

Período de contágio

Dois dias antes do rash até todas as lesões crostificarem (geralmente 5–7 dias); evite contato com grupos de risco.

Pós-varicela

Após a infecção, o VVZ permanece latente e pode reativar como herpes-zoster (cobreiro) no futuro; mantenha vacinação em dia.

Varicela: transmissão e contágio

Varicela: Como se pega e quando pode voltar à escola

A varicela se transmite pelo ar (gotículas) e pelo contato direto com o fluido das vesículas; além disso, superfícies contaminadas podem amplificar a cadeia de transmissão. Assim, evite compartilhar copos, talheres, toalhas e roupas.

A criança transmite desde 1–2 dias antes do rash até que todas as lesões estejam em crosta e sem novas vesículas por 24 h. Dessa forma, o retorno à escola/creche costuma ocorrer por volta de 5–7 dias após o início do exantema, desde que esteja sem febre por 24 h e confortável para participar das atividades.

Enquanto isso, reforce ventilação, etiqueta respiratória e limpeza de superfícies de alto toque (maçanetas, celulares, mesas). Em casa, descarte curativos/lenços em lixeira com tampa e lave as mãos após manipular as lesões.

Tratamento: aliviar a coceira, controlar a febre e proteger a pele

1 — Antipruriginosos e conforto: compressas frias por 10–15 minutos, 2–4×/dia, banho morno e rápido e hidratante sem fragrância ajudam bastante; além disso, roupas leves de algodão e ambiente fresco reduzem atrito e calor. Loções calmantes e anti-histamínicos noturnos podem ser considerados com orientação médica; assim, o sono melhora e a coceira diminui. Por fim, mantenha as mãos limpas e distrações para evitar o ato de coçar.

2 — Febre e dor: use antitérmicos/analgésicos apenas conforme prescrição; portanto, evite automedicação. Não use aspirina (AAS) em crianças e, além disso, evite anti-inflamatórios sem orientação. Ofereça líquidos com frequência para prevenir desidratação; entretanto, se a febre persistir > 72 h, se houver dor de cabeça intensa ou vômitos repetidos, reavalie com o médico.

3 — Pele íntegra: não estoure vesículas e não retire crostas; mantenha unhas curtas e limpas e, se necessário, use curativo não aderente em bolhas maiores. Em sinais de infecção (calor, dor, vermelhidão acentuada ou pus), procure avaliação; além disso, em grupos de risco (gestantes, imunossuprimidos, recém-nascidos) antivirais podem ser considerados nas primeiras 24–48 h do rash. Por fim, caso surjam lesões próximas aos olhos, busque avaliação imediata para proteger a visão.

Cuidados e tratamento na varicela

Cuidados práticos em casa

Unhas curtas

Corte e lixe as unhas; desse modo, reduz escoriações e o risco de marcas e infecções secundárias.

Barreira cutânea

Hidratante sem fragrância após o banho e sempre que necessário; portanto, minimize ressecamento e ardor.

Higienização

Lave mãos e superfícies com água e sabão e, após, desinfete conforme rotina do lar; priorize itens de alto toque.

Repouso e roupas leves

Ambiente ventilado e roupas de algodão reduzem coceira; além disso, evite calor e fricção nas áreas ativas.

Evitar contato

Não compartilhar copos, talheres e toalhas; por fim, proteja grupos de risco até a completa crostificação.

Hidratação e alimentos frios

Ofereça água, soro de reidratação e opções macias e frias (iogurte, gelatina, purês); assim, alivia a dor oral e previne desidratação.

Diferenciais diagnósticos na varicela

Varicela: Como diferenciar de outras condições parecidas

Quadros que lembram varicela (catapora) incluem sarampo, rubéola, roséola, escarlatina e doença mão-pé-boca, além de herpes-zóster, dengue, alergias de pele e impetigo. Todos cursam com exantema e febre; porém, a varicela tem vesículas pruriginosas em vários estágios simultâneos.

Sarampo, rubéola e roséola: no sarampo há pródromos respiratórios, conjuntivite e manchas de Koplik; na rubéola, linfonodos retroauriculares dolorosos e rash suave; na roséola, a febre alta cessa abruptamente e então surge o exantema — diferente da varicela, que inicia com vesículas disseminadas.

Escarlatina mostra pele em “lixa”, sinais de Pastia e faringite estreptocócica. Doença mão-pé-boca acomete palmas/plantas e boca com úlceras; por sua vez, a varicela é polimórfica e difusa. Herpes-zóster é reativação em dermátomo único, dor antecedente e distribuição unilateral.

Dengue cursa com febre alta súbita, mialgias e, às vezes, petéquias; enquanto isso, a varicela tem vesículas claras e coceira intensa. Dermatite de contato e alergias têm topografia de contato e prurido sem estágios evolutivos; impetigo exibe crostas melicéricas bacterianas, sem o polimorfismo típico da catapora.

O que NÃO fazer na varicela

Não estourar vesículas, não coçar e não usar receitas caseiras irritativas (álcool, vinagre, pastas abrasivas); assim, você evita dor e infecção secundária. Além disso, não arranque crostas nem use talco ou esfoliantes; portanto, deixe secar naturalmente e, se preciso, proteja com curativo não aderente.

Não usar AAS (aspirina) em crianças e não iniciar antibióticos por conta própria. Evite anti-inflamatórios sem orientação e também corticoides sistêmicos sem prescrição; entretanto, em piora, febre prolongada ou sinais de infecção, procure avaliação antes de qualquer nova medicação.

Não retornar à escola antes de todas as lesões estarem em crosta e sem febre por 24 h; além disso, não expor gestantes, recém-nascidos e imunossuprimidos durante a fase de contágio. Por fim, evite visitas e o compartilhamento de objetos, ventile os ambientes e descarte lenços/curativos em lixeira com tampa.

Erros comuns no manejo da varicela

Cuidados antes, durante e depois

Antes: separe itens pessoais (copos, toalhas), mantenha termômetro e curativos à mão e combine sinais de alerta com os cuidadores. Além disso, monte um “kit conforto” (compressas frias, hidratante sem fragrância, esparadrapo hipoalergênico) e organize horários de medicação; por fim, alinhe com a escola a política de retorno.

Durante: priorize hidratação, banho morno curto, roupas leves e antipruriginosos conforme orientação. Ofereça líquidos frios em pequenos goles e refeições macias; além disso, mantenha unhas curtas, troque lençóis/pijamas e ventile o ambiente sem vento direto. Portanto, faça limpeza suave da pele e mãos frequente e proteja bolhas íntegras com curativo não aderente quando necessário.

Depois: retorno às atividades quando todas as lesões estiverem em crosta e houver 24 h sem febre. Além disso, reavalie a rotina de limpeza (superfícies de alto toque, roupas/toalhas) e comunique contatos próximos; por fim, mantenha registros (datas/fotos) e, se indicado, converse sobre atualização vacinal.

Rotina de cuidados na varicela
Mitos e verdades — Varicela

Varicela — mitos e verdades

“Banho piora as lesões” — mito: banho morno e curto alivia a coceira; além disso, aveia coloidal pode ajudar e a secagem deve ser gentil. “Pomada antibiótica previne cicatriz” — mito: uso sem prescrição atrapalha, pode causar alergia e seleção de resistência.

“A doença só pega uma vez” — mito: é incomum, mas pode ocorrer reinfecção; além disso, o vírus pode reativar como herpes-zoster. Portanto, a vacina reduz gravidade e, em algumas situações, a vacinação pós-exposição pode ser considerada.

Verdade: hidratação, controle da coceira e isolamento até crostas formadas reduzem complicações e contágio; além disso, não usar AAS em crianças, registrar fotos diárias e higienizar mãos/superfícies faz diferença. Por fim, retorno escolar apenas com 24 h afebril e bom conforto geral.

Varicela: Com cuidado consistente, a evolução é previsível e o conforto chega mais rápido


Varicela: curso geralmente leve e autolimitado

Controlar a coceira, proteger as lesões e respeitar o período de contágio costuma bastar. Se algo fugir do previsto, procure avaliação, pequenos ajustes trazem grande alívio.

A varicela assusta pela coceira e pelas vesículas, mas tende a evoluir bem com suporte simples e consistente. Portanto, foque em alívio do prurido, proteção da pele e isolamento até crostas; assim, você diminui riscos e acelera o conforto. Em sinais de gravidade, busque avaliação médica.

FAQ — Varicela (catapora)


Varicela: Conceitos e sinais

O que causa a varicela?

O vírus Varicella-zoster; transmite-se por gotículas e contato com vesículas e, portanto, é altamente contagiosa.

Quais são os sintomas mais comuns?

Febre, mal-estar e rash pruriginoso com lesões em vários estágios; além disso, costuma começar no tronco.

Quanto tempo dura a doença?

Em geral, 7–10 dias; entretanto, o contágio cessa quando todas as lesões estão em crosta e não surgem novas.

Qual é o período de incubação?

Habitualmente 10–21 dias após a exposição; assim, contatos recentes devem observar sintomas nesse intervalo.

Como evoluem as lesões da pele?

De mácula a pápula, depois vesícula (“gota de orvalho”), pústula e crosta; por fim, ocorre descamação e melhora.

Varicela deixa cicatriz?

Pode deixar pitted scars se houver coçadura ou infecção; portanto, manter unhas curtas e não manipular ajuda.

Varicela: Transmissão, prevenção e escola

Quando posso voltar à escola?

Quando todas as lesões estiverem em crosta e houver 24 h sem febre; além disso, com bom conforto geral.

Existe vacina contra varicela?

Sim; ela reduz gravidade e complicações e, portanto, integra o calendário infantil e de suscetíveis.

É possível pegar varicela mais de uma vez?

É raro, mas pode acontecer; por outro lado, o vírus pode reativar como herpes-zoster no futuro.

A pessoa transmite antes do rash aparecer?

Sim, cerca de 1–2 dias antes; assim, isolar ao primeiro sinal de exantema reduz novos casos.

Como reduzir o contágio dentro de casa?

Higienize mãos e superfícies de alto toque; além disso, não compartilhe toalhas, copos e talheres.

Irmãos precisam faltar à escola?

Se assintomáticos, podem continuar; entretanto, monitore febre e rash e informe a escola sobre a exposição.

Quem convive com gestante: há cuidados extras?

Sim; evite contato direto durante o contágio e, portanto, oriente avaliação se a gestante for suscetível.

Criança vacinada pode pegar varicela?

Pode, porém geralmente de forma mais leve; ainda assim, segue valendo o isolamento até crostas.

Varicela: Tratamento e cuidados

O que ajuda a coceira?

Banho morno curto, compressas frias e hidratante sem fragrância; além disso, antipruriginosos sob orientação.

Posso usar antibiótico?

Apenas se houver infecção bacteriana das lesões e com prescrição; varicela é viral.

Posso dar aspirina (AAS)?

Não em crianças e adolescentes (risco de síndrome de Reye); portanto, use antitérmicos conforme orientação.

Antivirais são necessários?

Individuais de risco (gestantes, imunossuprimidos) podem se beneficiar nas primeiras 24–48 h; converse com o médico.

É permitido sol, piscina ou praia?

Evite até crostas completas; além disso, sol pode pigmentar e piscina facilita contágio.

O que passar nas lesões?

Hidratante suave e curativo não aderente se necessário; entretanto, evite álcool, talco e pastas irritantes.

Como evitar marcas e infecção secundária?

Não coçar, manter unhas curtas e higiene regular; por fim, procure avaliação se houver vermelhidão, dor ou pus.

Varicela: Sinais de alerta e situações especiais

Quando devo procurar avaliação imediata?

Febre > 72 h, dor intensa, lesões com pus, falta de ar, vômitos repetidos ou sonolência; assim, não adie o atendimento.

Gestantes com varicela: o que fazer?

Buscar avaliação imediata; além disso, discutir medidas antivirais e monitorização conforme a idade gestacional.

Imunossuprimidos: há riscos maiores?

Sim; o curso pode ser grave e, portanto, requer avaliação precoce para considerar antivirais e acompanhamento.

E os recém-nascidos e bebês pequenos?

Precisam de atenção especial; entretanto, a conduta depende da idade e da exposição, então procure o pediatra.

Quando devo retornar para reavaliação?

Se surgirem novas vesículas após crostas, se a febre voltar ou, por fim, se houver sinais de infecção das lesões.


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Dermatologista na Barra da Tijuca – Especialista em Tratamentos Dermatológicos no Rio de Janeiro.


Dra. Ana Caru Moreno

PERFIL

Dra. Ana Carulina Moreno

CRM: 52.97133-2 | RQE: 21135

Graduada pela Faculdade de Medicina da USP, eleita a melhor do país pelo CWUR.

Residência em Dermatologia pelo HC-USP; Título de Especialista SBD/AMB.

Clínica de Dermatologia e Estética Avançada na Barra da Tijuca – Especialista em Tratamentos Estéticos, Faciais e Corporais no Rio de Janeiro.

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