Varicela (popularmente, catapora) é uma infecção viral altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-zoster (VVZ). Acomete principalmente crianças, porém pode ocorrer em adultos — quando, em geral, é mais sintomática. O quadro clássico reúne febre, mal-estar e uma erupção pruriginosa com bolhinhas que evoluem para crostas em vários estágios ao mesmo tempo (sinal típico da doença).
A transmissão acontece por gotículas respiratórias e contato com o líquido das vesículas; além disso, objetos e superfícies contaminadas podem participar da cadeia de contágio. Embora a maioria dos casos seja leve, gestantes, recém-nascidos e pessoas imunossuprimidas requerem atenção especial. Importante: existe vacina e ela reduz formas graves e complicações.
Neste guia você confere o que é a varicela, como reconhecer a evolução das lesões, como cuidar em casa, quando procurar avaliação e quando retornar à escola. Além disso, veremos mitos e verdades comuns e dicas práticas para aliviar a coceira e evitar marcas.

O que é varicela
É uma virose causada pelo VVZ, com exantema em diferentes estágios (mácula → pápula → vesícula “gota de orvalho” → crosta). Ocorre ao longo de 7–10 dias, geralmente com evolução favorável e autolimitada.
Varicela: Sinais e sintomas
Febre, mal-estar, coceira intensa e lesões que começam no tronco e se espalham para face e membros. É comum coexistirem lesões novas e antigas no mesmo momento.
Varicela: Quando procurar avaliação
Febre persistente > 72 h, dor intensa ou recusa de líquidos, infecção das lesões (vermelhidão intensa, pus), falta de ar, vômitos repetidos, sonolência excessiva, sinais neurológicos, gestantes e imunossuprimidos.
Varicela: evolução típica e variações clínicas
Pródromos
Febre, mal-estar, dor de garganta e, às vezes, perda de apetite antecedem o rash por 24–48 h; em seguida, surgem as primeiras lesões.
Rash polimórfico
Máculas e pápulas que viram vesículas (“gota de orvalho”), depois pústulas e crostas; costumam coexistir estágios diferentes.
Distribuição
Predomínio em tronco e face, com extensão para membros e couro cabeludo; a coceira é frequente e pode ser intensa.
Complicações
Infecção bacteriana secundária das lesões, pneumonia e cerebelite são raras, porém possíveis; atenção em gestantes e imunossuprimidos.
Período de contágio
Dois dias antes do rash até todas as lesões crostificarem (geralmente 5–7 dias); evite contato com grupos de risco.
Pós-varicela
Após a infecção, o VVZ permanece latente e pode reativar como herpes-zoster (cobreiro) no futuro; mantenha vacinação em dia.

Varicela: Como se pega e quando pode voltar à escola
A varicela se transmite pelo ar (gotículas) e pelo contato direto com o fluido das vesículas; além disso, superfícies contaminadas podem amplificar a cadeia de transmissão. Assim, evite compartilhar copos, talheres, toalhas e roupas.
A criança transmite desde 1–2 dias antes do rash até que todas as lesões estejam em crosta e sem novas vesículas por 24 h. Dessa forma, o retorno à escola/creche costuma ocorrer por volta de 5–7 dias após o início do exantema, desde que esteja sem febre por 24 h e confortável para participar das atividades.
Enquanto isso, reforce ventilação, etiqueta respiratória e limpeza de superfícies de alto toque (maçanetas, celulares, mesas). Em casa, descarte curativos/lenços em lixeira com tampa e lave as mãos após manipular as lesões.
Tratamento: aliviar a coceira, controlar a febre e proteger a pele
1 — Antipruriginosos e conforto: compressas frias por 10–15 minutos, 2–4×/dia, banho morno e rápido e hidratante sem fragrância ajudam bastante; além disso, roupas leves de algodão e ambiente fresco reduzem atrito e calor. Loções calmantes e anti-histamínicos noturnos podem ser considerados com orientação médica; assim, o sono melhora e a coceira diminui. Por fim, mantenha as mãos limpas e distrações para evitar o ato de coçar.
2 — Febre e dor: use antitérmicos/analgésicos apenas conforme prescrição; portanto, evite automedicação. Não use aspirina (AAS) em crianças e, além disso, evite anti-inflamatórios sem orientação. Ofereça líquidos com frequência para prevenir desidratação; entretanto, se a febre persistir > 72 h, se houver dor de cabeça intensa ou vômitos repetidos, reavalie com o médico.
3 — Pele íntegra: não estoure vesículas e não retire crostas; mantenha unhas curtas e limpas e, se necessário, use curativo não aderente em bolhas maiores. Em sinais de infecção (calor, dor, vermelhidão acentuada ou pus), procure avaliação; além disso, em grupos de risco (gestantes, imunossuprimidos, recém-nascidos) antivirais podem ser considerados nas primeiras 24–48 h do rash. Por fim, caso surjam lesões próximas aos olhos, busque avaliação imediata para proteger a visão.

Cuidados práticos em casa
Unhas curtas
Corte e lixe as unhas; desse modo, reduz escoriações e o risco de marcas e infecções secundárias.
Barreira cutânea
Hidratante sem fragrância após o banho e sempre que necessário; portanto, minimize ressecamento e ardor.
Higienização
Lave mãos e superfícies com água e sabão e, após, desinfete conforme rotina do lar; priorize itens de alto toque.
Repouso e roupas leves
Ambiente ventilado e roupas de algodão reduzem coceira; além disso, evite calor e fricção nas áreas ativas.
Evitar contato
Não compartilhar copos, talheres e toalhas; por fim, proteja grupos de risco até a completa crostificação.
Hidratação e alimentos frios
Ofereça água, soro de reidratação e opções macias e frias (iogurte, gelatina, purês); assim, alivia a dor oral e previne desidratação.

Varicela: Como diferenciar de outras condições parecidas
Quadros que lembram varicela (catapora) incluem sarampo, rubéola, roséola, escarlatina e doença mão-pé-boca, além de herpes-zóster, dengue, alergias de pele e impetigo. Todos cursam com exantema e febre; porém, a varicela tem vesículas pruriginosas em vários estágios simultâneos.
Sarampo, rubéola e roséola: no sarampo há pródromos respiratórios, conjuntivite e manchas de Koplik; na rubéola, linfonodos retroauriculares dolorosos e rash suave; já na roséola, a febre alta cessa abruptamente e então surge o exantema — diferente da varicela, que inicia com vesículas disseminadas.
Escarlatina mostra pele em “lixa”, sinais de Pastia e faringite estreptocócica. Doença mão-pé-boca acomete palmas/plantas e boca com úlceras; por sua vez, a varicela é polimórfica e difusa. Herpes-zóster é reativação em dermátomo único, dor antecedente e distribuição unilateral.
Dengue cursa com febre alta súbita, mialgias e, às vezes, petéquias; enquanto isso, a varicela tem vesículas claras e coceira intensa. Dermatite de contato e alergias têm topografia de contato e prurido sem estágios evolutivos; impetigo exibe crostas melicéricas bacterianas, sem o polimorfismo típico da catapora.
O que NÃO fazer na varicela
Não estourar vesículas, não coçar e não usar receitas caseiras irritativas (álcool, vinagre, pastas abrasivas); assim, você evita dor e infecção secundária. Além disso, não arranque crostas nem use talco ou esfoliantes; portanto, deixe secar naturalmente e, se preciso, proteja com curativo não aderente.
Não usar AAS (aspirina) em crianças e não iniciar antibióticos por conta própria. Evite anti-inflamatórios sem orientação e também corticoides sistêmicos sem prescrição; entretanto, em piora, febre prolongada ou sinais de infecção, procure avaliação antes de qualquer nova medicação.
Não retornar à escola antes de todas as lesões estarem em crosta e sem febre por 24 h; além disso, não expor gestantes, recém-nascidos e imunossuprimidos durante a fase de contágio. Por fim, evite visitas e o compartilhamento de objetos, ventile os ambientes e descarte lenços/curativos em lixeira com tampa.

Cuidados antes, durante e depois
Antes: separe itens pessoais (copos, toalhas), mantenha termômetro e curativos à mão e combine sinais de alerta com os cuidadores. Além disso, monte um “kit conforto” (compressas frias, hidratante sem fragrância, esparadrapo hipoalergênico) e organize horários de medicação; por fim, alinhe com a escola a política de retorno.
Durante: priorize hidratação, banho morno curto, roupas leves e antipruriginosos conforme orientação. Ofereça líquidos frios em pequenos goles e refeições macias; além disso, mantenha unhas curtas, troque lençóis/pijamas e ventile o ambiente sem vento direto. Portanto, faça limpeza suave da pele e mãos frequente e proteja bolhas íntegras com curativo não aderente quando necessário.
Depois: retorno às atividades quando todas as lesões estiverem em crosta e houver 24 h sem febre. Além disso, reavalie a rotina de limpeza (superfícies de alto toque, roupas/toalhas) e comunique contatos próximos; por fim, mantenha registros (datas/fotos) e, se indicado, converse sobre atualização vacinal.


Varicela — mitos e verdades
“Banho piora as lesões” — mito: banho morno e curto alivia a coceira; além disso, aveia coloidal pode ajudar e a secagem deve ser gentil. “Pomada antibiótica previne cicatriz” — mito: uso sem prescrição atrapalha, pode causar alergia e seleção de resistência.
“A doença só pega uma vez” — mito: é incomum, mas pode ocorrer reinfecção; além disso, o vírus pode reativar como herpes-zoster. Portanto, a vacina reduz gravidade e, em algumas situações, a vacinação pós-exposição pode ser considerada.
Verdade: hidratação, controle da coceira e isolamento até crostas formadas reduzem complicações e contágio; além disso, não usar AAS em crianças, registrar fotos diárias e higienizar mãos/superfícies faz diferença. Por fim, retorno escolar apenas com 24 h afebril e bom conforto geral.
Varicela: Com cuidado consistente, a evolução é previsível e o conforto chega mais rápido
A varicela assusta pela coceira e pelas vesículas, mas tende a evoluir bem com suporte simples e consistente. Portanto, foque em alívio do prurido, proteção da pele e isolamento até crostas; assim, você diminui riscos e acelera o conforto. Em sinais de gravidade, busque avaliação médica.
FAQ — Varicela (catapora)
Varicela: Conceitos e sinais
O que causa a varicela?
O vírus Varicella-zoster; transmite-se por gotículas e contato com vesículas e, portanto, é altamente contagiosa.
Quais são os sintomas mais comuns?
Febre, mal-estar e rash pruriginoso com lesões em vários estágios; além disso, costuma começar no tronco.
Quanto tempo dura a doença?
Em geral, 7–10 dias; entretanto, o contágio cessa quando todas as lesões estão em crosta e não surgem novas.
Qual é o período de incubação?
Habitualmente 10–21 dias após a exposição; assim, contatos recentes devem observar sintomas nesse intervalo.
Como evoluem as lesões da pele?
De mácula a pápula, depois vesícula (“gota de orvalho”), pústula e crosta; por fim, ocorre descamação e melhora.
Varicela deixa cicatriz?
Pode deixar pitted scars se houver coçadura ou infecção; portanto, manter unhas curtas e não manipular ajuda.
Varicela: Transmissão, prevenção e escola
Quando posso voltar à escola?
Quando todas as lesões estiverem em crosta e houver 24 h sem febre; além disso, com bom conforto geral.
Existe vacina contra varicela?
Sim; ela reduz gravidade e complicações e, portanto, integra o calendário infantil e de suscetíveis.
É possível pegar varicela mais de uma vez?
É raro, mas pode acontecer; por outro lado, o vírus pode reativar como herpes-zoster no futuro.
A pessoa transmite antes do rash aparecer?
Sim, cerca de 1–2 dias antes; assim, isolar ao primeiro sinal de exantema reduz novos casos.
Como reduzir o contágio dentro de casa?
Higienize mãos e superfícies de alto toque; além disso, não compartilhe toalhas, copos e talheres.
Irmãos precisam faltar à escola?
Se assintomáticos, podem continuar; entretanto, monitore febre e rash e informe a escola sobre a exposição.
Quem convive com gestante: há cuidados extras?
Sim; evite contato direto durante o contágio e, portanto, oriente avaliação se a gestante for suscetível.
Criança vacinada pode pegar varicela?
Pode, porém geralmente de forma mais leve; ainda assim, segue valendo o isolamento até crostas.
Varicela: Tratamento e cuidados
O que ajuda a coceira?
Banho morno curto, compressas frias e hidratante sem fragrância; além disso, antipruriginosos sob orientação.
Posso usar antibiótico?
Apenas se houver infecção bacteriana das lesões e com prescrição; varicela é viral.
Posso dar aspirina (AAS)?
Não em crianças e adolescentes (risco de síndrome de Reye); portanto, use antitérmicos conforme orientação.
Antivirais são necessários?
Individuais de risco (gestantes, imunossuprimidos) podem se beneficiar nas primeiras 24–48 h; converse com o médico.
É permitido sol, piscina ou praia?
Evite até crostas completas; além disso, sol pode pigmentar e piscina facilita contágio.
O que passar nas lesões?
Hidratante suave e curativo não aderente se necessário; entretanto, evite álcool, talco e pastas irritantes.
Como evitar marcas e infecção secundária?
Não coçar, manter unhas curtas e higiene regular; por fim, procure avaliação se houver vermelhidão, dor ou pus.
Varicela: Sinais de alerta e situações especiais
Quando devo procurar avaliação imediata?
Febre > 72 h, dor intensa, lesões com pus, falta de ar, vômitos repetidos ou sonolência; assim, não adie o atendimento.
Gestantes com varicela: o que fazer?
Buscar avaliação imediata; além disso, discutir medidas antivirais e monitorização conforme a idade gestacional.
Imunossuprimidos: há riscos maiores?
Sim; o curso pode ser grave e, portanto, requer avaliação precoce para considerar antivirais e acompanhamento.
E os recém-nascidos e bebês pequenos?
Precisam de atenção especial; entretanto, a conduta depende da idade e da exposição, então procure o pediatra.
Quando devo retornar para reavaliação?
Se surgirem novas vesículas após crostas, se a febre voltar ou, por fim, se houver sinais de infecção das lesões.
Varicela: Últimas Matérias Publicadas

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Dermatologista na Barra da Tijuca – Especialista em Tratamentos Dermatológicos no Rio de Janeiro.

PERFIL
Dra. Ana Carulina Moreno
CRM: 52.97133-2 | RQE: 21135
Graduada pela Faculdade de Medicina da USP, eleita a melhor do país pelo CWUR.
Residência em Dermatologia pelo HC-USP; Título de Especialista SBD/AMB.
Clínica de Dermatologia e Estética Avançada na Barra da Tijuca – Especialista em Tratamentos Estéticos, Faciais e Corporais no Rio de Janeiro.
# Dermatologista Especialista em Varicela no RJ
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